Testes psicológicos: Mitos e factos



Pretendemos, com a série de textos que agora tem início, desmistificar algumas questões relacionadas com os testes psicológicos e com a sua utilização.

Mito #1

Um teste psicológico é igual a qualquer outro teste que encontramos no nosso dia a dia


Na realidade...não é.

Embora, por vezes, os testes psicológicos possam ser confundidos com os testes que encontramos em livros, revistas ou na internet, ou vice-versa, trata-se de coisas distintas.

Um teste psicológico é um instrumento científico, destinado à avaliação rigorosa e objetiva das diferenças individuais (nas suas variadas formas). Na génese do seu desenvolvimento está a premissa base de que apenas garantindo a igualdade de circunstâncias avaliativas entre os sujeitos é possível compará-los, verdadeiramente, entre si.

Neste sentido, a estandardização é uma característica incontornável dos testes psicológicos, uma vez que possibilita atribuir as diferenças encontradas à variação da característica medida no próprio sujeito e não a fatores contextuais, externos ou adjacentes.

Os testes psicológicos assumem diversas formas e abrangem um vasto leque de objetivos. Como reconhecer então um verdadeiro teste psicológico? Deixamos algumas pistas:

  • Os testes são, na maioria das vezes, construídos para medir constructos psicológicos, ou seja, têm na sua base uma teoria. Um teste psicológico resulta do trabalho de investigação realizado por um ou vários investigadores, durante vários anos.

  • Um teste psicológico é um instrumento complexo, dispendioso e moroso de desenvolver. Cada item (i.e., questão, afirmação ou problema) é testado várias vezes, recorrendo a vários sujeitos experimentais. O tamanho da amostra necessária para construir um teste pode atingir os milhares de participantes.

  • Um teste psicológico é desenvolvido utilizando métodos estatísticos rigorosos, sendo sujeito a diversos critérios internacionais de qualidade.

  • Um teste psicológico deve ser administrado respeitando rigorosamente os procedimentos de administração e as condições de segurança.

  • A aplicação de um teste psicológico implica a utilização de material específico e estandardizado, igual para todos os sujeitos avaliados.

  • Um teste psicológico deve ser acompanhado por um manual técnico onde, para além de toda a informação sobre a construção e validação do teste para a nossa população, é descrita também a informação técnica necessária à correta utilização do teste, como, por exemplo, as instruções para a administração, a correção e as orientações para a interpretação dos resultados obtidos.

  • Um teste psicológico permite contextualizar as características do sujeito avaliado na população a que pertence, i.e., possibilita uma avaliação relativa ao grupo onde o sujeito se insere.

  • E por último, um teste psicológico apenas é administrado e interpretado por psicólogos ou profissionais devidamente qualificados para o efeito.

Sendo vasta a variedade de testes disponibilizada aos eventuais interessados, como podemos resumir o que distingue um teste psicológico de outro tipo de testes?

Bom…ao contrário das conclusões que retiramos dos testes que realizamos em revistas, qualquer semelhança encontrada entre os resultados de um teste psicológico e a realidade, não é pura coincidência.

No sorprenderá que diga que existe una imperiosa necesidad de que la sociedad aprenda a separar los productos de la Psicología científica de la enorme variedad de pseudociencias que se amparan en ella para venderles humo a los ciudadanos de nuestro país.

Roberto Colom

Artigo redigido por Joana Oliveira.

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