O que devemos ter em conta na hora de escolher um teste psicológico?


A utilização de um teste psicológico, sendo um processo responsável de avaliação de um indivíduo, deve garantir que o teste utilizado não só é um bom teste a nível psicométrico, como é o mais adequado para a avaliação em questão. Deve passar, necessariamente, por um processo de análise e decisão face aos testes disponíveis no mercado.

Aspetos a ter em conta na escolha de um teste psicológico


São diversos os aspetos que devemos ter em conta na hora de escolher o teste que vamos utilizar:

Fundamentação Teórica


Numa primeira fase, é importante avaliar o modelo teórico que serviu de base à construção do teste: a sua fundamentação e a sua aceitação pelos investigadores da área. A construção de um teste deve basear-se num modelo teórico corretamente estruturado.

Adequação do Conteúdo


O conteúdo do teste deve adequar-se ao que pretendemos avaliar. Ou seja, os itens do teste devem ser bons exemplos do tipo de medida atribuída ao teste, reunindo uma amostra significativa do tipo de comportamento ou processo cognitivo que se pretende medir.

Adaptação à população portuguesa


O teste deverá estar adaptado e validado para a população portuguesa. A adaptação de um teste é muito mais do que a tradução dos itens. Deverá existir todo um trabalho de validação do instrumento, que deverá incluir: (i) a realização de um ou vários pré-teste(s) para assegurar que os itens, formulados para a população portuguesa, mantêm as qualidades psicométricas dos seus correspondentes originais; (ii) a aplicação do teste a uma amostra significativa e representativa da população alvo; (iii) a realização de estudos que corroborem a validade dos resultados obtidos com o teste em questão.

Independentemente do tipo de teste (inteligência, aptidões ou personalidade), a fidelidade (que se refere à precisão e à consistência da medida) é uma das propriedades psicométricas mais relevantes no processo de adaptação. Por exemplo, devemos verificar se os índices de consistência interna são superiores a 0.60 ou 0.70, ou seja, averiguar se a consistência interna da prova que temos em mãos é, no mínimo, aceitável (valores de 0.60) e idealmente satisfatória (valores acima de 0.70).

Economia


Os testes psicológicos devem também responder a certos aspetos práticos, relacionados não só com a sua aquisição, como também com o processo de aplicação/utilização das provas:

  • Preço

  • Tempo de Aplicação

  • Número de Examinadores necessários

  • Método de Cotação

  • Rapidez na Obtenção de Resultados

  • Tipo de resultados obtidos

Tendo em conta a situação específica e o objetivo da aplicação do teste, devem ser tidos em conta os custos envolvidos – quer com a aquisição do teste quer com a sua aplicação, nomeadamente no tempo de aplicação investido e no número de examinadores necessários à sua aplicação. Consoante as características da situação é também importante considerar o processo de cotação e a forma de obtenção dos resultados. Por último, o tipo de resultados obtidos deve ser avaliado, de forma a garantir que os resultados do teste em questão respondem a todas as questões/objetivos colocados à priori.


A maior parte destes aspetos poderá ser verificado com uma breve consulta do manual técnico da prova (que obrigatoriamente deverá acompanhar o teste) e dos itens que a constituem.

Artigo redigido por Ana Coelho.

2 comentários

  1. Gostaria de ir recebendo informação sobre testes psicológicos, equipamentos, formações, e outros eventos da CEGOC.
    Obrigado

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  2. Boa tarde,
    Obrigada pelo seu interesse. Não se esqueça de subscrever o nosso blog, para receber newsletters sobre os nossos produtos.

    Cumprimentos,
    Ana Coelho

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