O TeLPI e a sua aplicabilidade e importância
A identificação e a quantificação do declínio
cognitivo associado a doenças de natureza neurodegenerativa ou traumáticas é um
dos objetivos mais importantes da avaliação neuropsicológica. No entanto, esta
avaliação não é passível de ser realizada sem uma comparação (e respetiva
análise de discrepâncias) entre o funcionamento cognitivo atual e anterior.
Se
para o funcionamento cognitivo atual, opções como a WAIS-III estão disponíveis
para a população portuguesa, até ao desenvolvimento do TeLPI, não existia em
Portugal um instrumento capaz de avaliar o funcionamento cognitivo anterior (ou
Inteligência pré-mórbida). Este é, portanto, um instrumento considerado não só essencial,
mas também um dos primeiros passos em qualquer avaliação neuropsicológica,
formando a base sobre a qual se pode comparar a prestação atual de um indivíduo
na busca de um diagnóstico de declínio cognitivo o mais fiável possível.
As aplicações para este instrumento na
prática clínica, de avaliação e de investigação são inúmeras permitindo obter
dados úteis em qualquer indivíduo com suspeita de declínio cognitivo ou mesmo
na avaliação de população normativa/saudável. Esta pluriaplicabilidade é
decorrente não só do próprio conceito da prova, mas também devido aos trabalhos
rigorosos de desenvolvimento, validação e normalização para a população
portuguesa efetuados pelos autores.
O TeLPI apresenta-se assim como um
instrumento de avaliação da Inteligência Pré-Mórbida para a população
portuguesa entre os 25 e os 89 anos cuja língua materna seja o Português
Europeu sem limitações de leitura. Propõem fórmulas de regressão que estimam o
QIEC, o QIV e o QIR da WAIS-III, considerando a variável escolaridade.
Encontra-se normalizado para a população portuguesa e a validade clínica das
suas pontuações foram comprovadas em amostras com diagnóstico de Declínio
Cognitivo Ligeiro e Doença de Alzheimer.
Através das várias combinações entre
QIEC real e estimado, permite avaliações comparativas individuais (únicas ou sucessivas)
ou com o grupo de referência (normativas) de uma forma simples, rápida e bem
tolerada pelos sujeitos.
Texto redigido pela autora Lara Alves.
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